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A QUEDA DE ADÃO E EVA

  • Foto do escritor: César Félix
    César Félix
  • 6 de jan. de 2017
  • 5 min de leitura

A maioria das religiões cristãs pregam que a Queda foi uma tragédia e que, se Adão e Eva não tivessem comida do fruto proibido, eles e toda a sua posteridade poderiam agora estar vivendo em sua felicidade interminável no jardim do éden. Porém, a verdade que fora revelada aos profetas os últimos dias ensina que a Queda não foi uma catástrofe, ou tragédia – sem ela, Adão e Eva nunca teriam posteridade.[1] Assim, a Queda foi um passo necessário no plano do Pai Celestial para proporcionar felicidade eterna a Seus filhos.

SEM MORTE, SEM POSTERIDADE, SEM PROGRESSO

“Se Adão não houvesse transgredido”, ensinou Leí a seu filho Jacó, “não teria caído, mas permanecido no Jardim do éden. (…) O Senhor não pretendia que a terra ficasse naquela condição. E Leí diz mais: “Mas eis que todas as coisas foram feitas segundo a sabedoria daquele que tudo conhece.”. Adão caiu para que os homens existissem; e os homens existem para que tenham alegria” (2 Néfi 2:22–25). E não teriam tido filhos; portanto teriam permanecido num estado de inocência, não sentindo alegria por não conhecerem a miséria; não fazendo o bem por não conhecerem o pecado.

Esta terra foi preparada para o progresso dos filhos de Deus. Nós viemos da preexistência, com o propósito de recebermos um tabernáculo de carne e ossos e passar pela mortalidade. Foi decretado nos céus que os homens deveriam morrer depois de virem para esta provação e aprenderem as dores e tribulações da mortalidade, bem como suas alegrias e felicidade.

Jesus Cristo – nas escrituras – é descrito como o Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo.[2] Pedro ensina que não fomos redimidos por coisas corruptíveis como prata e ouro, mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado, “o qual, na verdade, em outro tempo foi conhecido, ainda antes da criação do mundo, mas manifestado nestes últimos tempos por amor a vós”.[3] Assim, o plano de salvação era perfeitamente entendido no mundo espiritual, foi-nos ensinado o propósito da vida mortal que Adão havia de introduzir na terra.

Depois que Adão e Eva comeram do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, seus olhos abriram-se, e Eva rejubilou-se pelas oportunidades trazidas pela transgressão: “Se não fosse por nossa transgressão, jamais teríamos tido semente e jamais teríamos conhecido o bem e o mal e a alegria de nossa redenção e a vida eterna que Deus concede a todos os obedientes” (Moisés 5:11).

Por terem comido do fruto trouxe a mortalidade, com suas muitas oportunidades de escolha entre o bem e o mal, e permitiu que Adão e Eva tivessem filhos. Assim, a Queda tornou possível a vinda dos filhos do Pai Celestial ao mundo, para que recebessem um corpo físico e participassem do “grande plano de felicidade” (Alma 42:8). “Portanto esta vida se tornou um estado de provação”, um período para aprendermos e crescermos, arrependermo-nos e superarmos as fraquezas, “um tempo de preparação para o encontro com Deus” (Alma 12:24).

TRANSGRESSÃO, NÃO PECADO

O Presidente Joseph Fielding Smith – que foi o décimo presidente d’A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias – ensinou: “Nunca me refiro ao papel desempenhado por Eva nesta queda como pecado nem acuso Adão de pecado. (…) Foi uma transgressão da lei, mas não um pecado (…), pois era algo que Adão e Eva precisavam fazer!”

No tocante a essa distinção, o Élder Dallin H. Oaks – do Quórum dos Doze Apóstolos – observou: “Essa diferença entre pecado e transgressão faz-nos pensar na escolha cuidadosa das palavras da segunda regra de fé: “Cremos que os homens serão punidos por seus próprios pecados e não pela transgressão de Adão” É também semelhante a uma distinção conhecida no Direito. Alguns atos, como o assassinato, são crimes por serem intrinsecamente errados. Outros atos, como fazer uma cirurgia sem licença, são crimes apenas por serem legalmente proibidos. Á luz dessas distinções, o ato que produziu a Queda não constituiu pecado — algo intrinsecamente errado — mas uma transgressão, algo errado por ser formalmente proibido. Em outras situações, essas palavras muitas vezes são usadas como sinônimos, mas é importante fazer a distinção nas circunstâncias da Queda”.

Embora Adão e Eva não tivessem pecado, devido a sua transgressão sofreriam certas conseqüências, duas das quais foram a morte espiritual e a morte física. A morte física chegou a Adão e Eva no fim de sua vida terrena, já a morte espiritual ocorreu quando foram expulsos do Jardim do éden e afastados da presença de Deus (ver Alma 42:9).

O PECADO ORIGINAL

Como resultado da transgressão de nossos primeiros pais, explicou o Presidente Smith, “foi o banimento da presença de Deus e (…) a introdução da morte física no mundo. A maioria (…) [dos cristãos] afirma que todas as crianças que vêm a este mundo estão maculadas pelo ‘pecado original’ ou participam da transgressão de Adão em seu nascimento. A segunda regra de fé refuta essa doutrina tola e errônea”.[4]

Todos os descendentes de Adão e Eva herdam certos efeitos da Queda, mas por causa da Expiação de Jesus Cristo responderemos somente por nossos próprios pecados. As crianças que morrem antes da idade da responsabilidade “estão vivas em Cristo”[5] e não precisam de arrependimento ou batismo.[6]

OS MANDAMENTOS NO JARDIM

É claro que o Senhor também deu mandamentos a Adão e Eva no Jardim do éden, dois, a saber: multiplicar-se e encher a Terra (ver Gênesis 1:28) e não comer do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal (ver Gênesis 2:17). Esses dois mandamentos foram concebidos de modo a obrigar Adão e Eva a fazerem uma escolha. O Presidente Smith ensinou: “O Senhor disse a Adão que se ele desejasse permanecer no estado em que se encontrava no jardim, não deveria provar do fruto, mas se quisesse comê-lo e passar pela morte, tinha liberdade para fazê-lo”.[7] Diante desse dilema, Adão e Eva optaram pela morte — tanto física quanto espiritual — o que permitiu a eles mesmos e a sua posteridade adquirirem conhecimento e experiência e participarem do plano de felicidade do Pai que conduz à vida eterna.

VERDADES AINDA NÃO REVELADAS SOBRE A QUEDA

Assim como outros tópicos do evangelho não temos um relato completo e nem cheio de detalhes sobre a Queda, mas temos as escrituras e também os ensinamentos dos profetas antigos e modernos. O presidente Smith afirmou: “Tempo virá em que seremos informados de tudo sobre Adão e a forma de criação, pois o Senhor prometeu que, quando ele vier dará a conhecer todas estas coisas”. Eis suas palavras: “Sim, na verdade vos digo que, no dia em que o Senhor vier, ele revelará todas as coisas – Coisas passadas e coisas ocultas, desconhecidas dos homens, coisas da terra, pelas quais foi feita, seu propósito e fim – Coisas preciosíssimas, coisas do alto, e coisas de baixo, coisas de dentro da terra, sobre a terra, e dos céus”.[8]

SUGESTÃO DE ESTUDO

Doctrines of Salvation, comp. Bruce R. McConkie, 3 vols. (1954–1956), vol. 1, pp. 114–115.

The Great Plan of Happiness”, Ensign, novembro de 1993, p. 72.

"Fall of Adam and Eve", Guide to the Scriptures.

"The Fall of Adam and Eve", Gospel Principles, Chapter 6.

"The Infinite Atonement of Jesus Christ", Teachings of Presidents of the Church: John Taylor, Chapter 5.

NOTAS

[3] I Pedro 1:20; a versão inglesa King James diz: “o qual, na verdade, em outro tempo foi preordenado...”

[4] Answers to Gospel Questions, comp. Joseph Fielding Smith Jr., 5 vols. (1957–1966), vol. 1, p. 82.

[7] Answers to Gospel Questions, vol. 4, p. 81.

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César Félix
Formado em química, escritor, fotografo e poliglota por Hobby. César Félix têm 17 anos, é membro de A Igreja de Jesus Cristo Dos Santos dos Últimos Dias na estaca São Paulo, Brasil, Penha. Na Igreja serve como Consultor de História da Família, Primeiro Assistente do Quorum de Sacerdotes e Mestre Familiar. Assim que voltar de sua missão quer estudar Engenharia Química na universidade Brigham Young.

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