A CRIAÇÃO
- César Félix
- 20 de nov. de 2016
- 14 min de leitura

Sob a direção do Pai Celestial, Jesus Cristo criou os céus e a Terra[1] Pelas escrituras reveladas por intermédio do Profeta Joseph Smith, sabemos que no trabalho da Criação o Senhor organizou os elementos que já existiam.[2] Ele não criou o mundo “do nada”, como algumas pessoas acreditam. O Senhor declarou a Moisés que sua grande obra e glória é “proporcionar a imortalidade e vida eterna ao homem”. Para este fim, muitas terras foram e estão sendo edificadas; e o propósito do Senhor é proporcionar imortalidade e vida eterna a seus filhos, não apenas nesta terra, mas também nas incontáveis terras espalhadas pelo universo. Estas terras são inumeráveis para o homem, mas nosso Pai as conhece, á todas ele conhece e as tem contadas, pois que são obras de sua mão. “E assim como deixará de existir uma terra com seus céus, assim também aparecerão outras; e não têm fim as minhas obras, nem tampouco as minhas palavras”.[3]
O TEMPO NÃO ERA CONTADO COMO NÓS O CONTAMOS
Esta terra foi criada no tempo do Senhor, que é tempo celestial. Por revelação, nós conhecemos a natureza exata desse tempo, e precisamente quantos dias de tempo celestial foram precisos para criar esta terra.
Também sabemos aproximadamente há quanto tempo a terra existe e quanto tempo durará de acordo com o nosso atual sistema de contagem.
4 E o Senhor disse-me, pelo Urim e Tumim, que Colobe seguia, em suas revoluções, o padrão do Senhor quanto às suas épocas e estações; que uma revolução era um dia para o Senhor, segundo a sua maneira de calcular, sendo mil anos conforme o tempo designado para onde te encontras. Esse é o cálculo do tempo do Senhor, de acordo com o cálculo de Colobe.
Abraão 3
E assim haverá o cálculo do tempo de um planeta sobre o outro, até aproximar-te de Colobe, que é segundo o cálculo de tempo do Senhor, e Colobe está colocado próximo ao trono de Deus, para governar os outros planetas que pertencem à mesma ordem que aquele sobre o qual estás.
Fig. 1. Colobe, que significa a primeira criação, a mais próxima do celestial, ou seja, da morada de Deus. A primeira em governo, a última pertencente ao cálculo de tempo. O cálculo segundo o tempo celestial, tempo celestial esse que significa um dia por côvado. Um dia em Colobe é igual a mil anos, de acordo com o cálculo desta Terra, que é chamada pelos egípcios Ja-o-e.[4]
Quando esta terra foi criada, não foi de acordo com nosso tempo atual, mas segundo o tempo de Colobe, pois o Senhor diz que ela foi criada em tempo celestial que é o tempo de Colobe. Em seguida, o Senhor revelou a Abraão que adão estava sujeito ao tempo de Colobe antes da transgressão. “Ora eu, Abraão, vi que era segundo o tempo do Senhor, que era segundo o tempo de Colobe; porque até então os Deuses não tinham dado a Adão a maneira de calcular seu tempo”.[5]
IDADE DA TERRA DESDE ADÃO
Há muitas evidências seguras de que Adão foi expulso do Jardim do Éden há cerca de seis mil anos ou talvez um pouco menos que isso. De acordo com a cronologia bíblica e da cronologia que o Senhor nos dá no Livro de Mórmon e em Doutrina e Convênios, temos a possibilidade de fazer esse cálculo com grande exatidão.
Em Apocalipse, capítulos de cinco a dez, encontramos a história do desatamento dos sete selos pelo Cordeiro, casa selo representa mil anos da existência temporal desta terra. Em Doutrina e Convênios, seção 88:92-116, temos a confirmação disso com mais detalhes sobre o desatamento dos selos. Na seção 77:6-15, encontramos mais informações a respeito da abertura desses selos, com a seguinte declaração significativa:
6 P. O que devemos entender pelo livro visto por João, que estava selado por fora com sete selos?
R. Devemos entender que ele contém à vontade, os mistérios e as obras de Deus revelados; as coisas ocultas de sua administração, concernentes a esta Terra durante os sete mil anos de sua duração, ou seja, de sua existência física.
Doutrina e Convênios 77
Então podemos ver esta declaração significativa dada por revelação, que esta terra passará por sete mil anos de existência temporal. Quando o Senhor declara temporal significa relativo a tempo. Mas quando esta terra se tornar o reino celestial depois de sua glorificação, não estará mais sujeita a tempo, pois a eternidade é a ausência de tempo.
Muitos estudiosos dedicam toda a sua vida e talentos a explicarem qual é a verdadeira idade da terra. Os dias da criação podem ser comparados a setes períodos de mil anos cada, segundo o tempo do Senhor, de acordo com os ensinamentos de Abraão e de outras escrituras. Então a existência temporal da terra deve perdurar por uma semana apenas, ou em outras palavras sete dias de mil anos cada. Desta maneira, uma vez que a terra foi formada de acordo com o tempo celestial, que são os dias do Senhor, os quais ele descreveu claramente a Abraão, é praticamente impossível justificarmos nossa tentativa de harmonizar o período da criação desta terra com os extensos períodos de milhões de anos dos cálculos dos chamados cientistas.
CRISTO VEIO NO MERIDIANO DOS TEMPOS
O termo “meridiano”,[6] como usado comumente, transmite a idéia de uma divisão principal de tempo ou espaço. Assim, os anos e os séculos da história humana são divididos pelo grande evento do nascimento de Jesus Cristo. Os anos precedentes à importante ocorrência são agora designados como o tempo Antes de Cristo (A.C.); enquanto os subseqüentes são especificados como Ano de nosso Senhor, ou em latim Anno Domini (A.D.).
Assim, a cronologia do mundo foi ajustada e sistematizada em relação ao tempo do nascimento do Salvador; e este método de cálculo é usado em todas as nações cristãs. É instrutivo notar que um sistema semelhante foi adotado pelo ramo isolado da casa de Israel, trazido da terra da Palestina para o continente ocidental; pois, a partir da aparição do sinal prometido entre o povo, pressagiando o nascimento daquele que havia sido tão predito por seus profetas, o cálculo nefita dos anos, começando com a saída de Lei e sua colônia de Jerusalém, foi substituído pelos anais da nova era.[7]
(TALMAGE, James Edward. Jesus, o Cristo. Capitulo 6: O meridiano dos Tempos. 2006.)
O Salvador veio no meridiano dos tempos. Sua dispensação é chamada de a dispensação do meridiano dos tempos. Isto significa que está situada mais ou menos a meio caminho do princípio dos “tempos” ao fim dos “tempos”. Qualquer um que quiser, poderá verificar por si mesmo que nosso Senhor veio aproximadamente entre três mil e quinhentos a quatro mil anos depois da queda de Adão. O milênio deverá vir cerca de dois mil anos depois da sua vinda. Então acontecerá o milênio, após o qual virá “um pouco de tempo”, cuja declaração não foi revelada, mas que poderá trazer “o fim dos tempos”, por volta de sete a oito mil anos a contar desde o princípio.
A PRÉ-EXISTÊNCIA
Nós vivíamos em uma grande família antes de virmos para esta terra. “Eu [O Senhor Deus] habito no meio de todos eles; agora, portanto, desci até ti para anunciar-te as obras de minhas mãos, pelas quais minha sabedoria supera todos eles, pois reino nos céus acima e na Terra abaixo...”. Enquanto vivíamos com Deus ele andava entre nós e nos instruía “...com toda a sabedoria e prudência, sobre todas as inteligências que teus olhos viram desde o princípio; desci, no princípio, no meio de todas as inteligências que viste”. [8]
Bem antes de virmos para cá o Senhor já havia escolhidos dentre todos os espíritos, àqueles que seriam seus servos, pois esses espíritos destacavam-se entre os outros. “Ora, o Senhor mostrara a mim, Abraão, as inteligências que foram organizadas antes de o mundo existir; e entre todas essas haviam muitas das nobres e grandes; E Deus viu que essas almas eram boas; e ele estava no meio delas e disse: A estes farei meus governantes; pois ele se encontrava entre aqueles que eram espíritos, e viu que eles eram bons; e disse-me: Abraão, tu és um deles; foste escolhido antes de nasceres”.[9]
E então como descreve Abraão, “E estava entre eles um que era semelhante a Deus; e ele disse aos que se achavam com ele: Desceremos, pois há espaço lá, e tomaremos destes materiais, e faremos uma terra onde estes possam habitar; E assim os provaremos para ver se farão todas as coisas que o Senhor seu Deus lhes ordenar; ”. E disse aquele que era semelhante a Deus: “E os que guardarem seu primeiro estado receberão um acréscimo; e os que não guardarem seu primeiro estado não terão glória no mesmo reino que aqueles que guardarem seu primeiro estado; e os que guardarem seu segundo estado terão um acréscimo de glória sobre sua cabeça para todo o sempre”.[10]
Então houve um grande conselho nos céus, onde todo o plano foi-nos apresentado.[11] “E o Senhor disse: Quem enviarei? Mas eis que meu Filho Amado, que foi meu Amado e meu Escolhido desde o princípio, disse-me: Pai, faça-se a tua vontade e seja tua a glória para sempre”. E Satanás apresentou-se perante Deus dizendo: “Eis-me aqui, envia-me; serei teu filho e redimirei a humanidade toda, de modo que nenhuma alma se perca; e sem dúvida eu o farei; portanto, dá-me a tua honra”. E então“...o Senhor disse: Enviarei o primeiro”.[12]
“E o segundo irou-se, e não guardou seu primeiro estado; e, naquele dia, muitos o seguiram. ” “Portanto, por ter Satanás se rebelado contra mim e procurado destruir o arbítrio do homem, o qual eu, o Senhor Deus, lhe dera; e também por querer que eu lhe desse meu próprio poder, fiz com que ele fosse expulso pelo poder do meu Unigênito. ”[13] “E ele tornou-se Satanás, sim, o próprio diabo, o pai de todas as mentiras, para enganar e cegar os homens e levá-los cativos segundo a sua vontade, sim, todos os que não derem ouvidos à minha voz”.
Não sabemos ao certo quanto foi o tempo que procedeu todos esses acontecimentos – sabemos apenas que satanás foi expulso e colocado na terra, para persuadir aqueles que não derem ouvidos à voz de Deus – e isso tão pouco nos importa. Pois que no devido tempo ser-nos-á revelado a verdade de todas as coisas, portanto somos como criancinhas, não sabendo o tamanho e a gloriosa obra que o Pai nos tem preparado.[14]
Os dias da criação
Sabemos por meio de revelação que cada dia da criação se deu no tempo do Senhor, isto é, no tempo de Colobe, que cada dia representa mil anos no tempo de Colobe. Creio que não há relato mais perfeito da criação do que o que é descrito por Abraão; a não ser aquele que é apresentado no templo. Portanto irei utiliza-lo aqui.
PRIMEIRO DIA
“E então o Senhor disse: Desçamos. E eles desceram no princípio; e eles, isto é, os Deuses, organizaram e formaram os céus e a Terra”. “E a Terra, depois de formada, estava vazia e desolada, porque eles não haviam formado coisa alguma a não ser a Terra; e as trevas reinavam sobre a face do abismo, e o Espírito dos Deuses pairava sobre a face das águas”. “E eles (os Deuses) disseram: Haja luz; e houve luz”. “E eles (os Deuses) tiveram consciência da luz, pois era brilhante; e eles separaram a luz, ou melhor, fizeram com que ela fosse separada das trevas”. “E os Deuses chamaram à luz Dia e às trevas chamaram Noite. E aconteceu que, do entardecer até a manhã chamaram noite; e da manhã até o entardecer chamaram dia; e isso foi o primeiro, ou seja, o princípio do que eles chamaram dia e noite”.
SEGUNDO DIA
“E os Deuses também disseram: Haja uma expansão no meio das águas; e ela separará as águas das águas”. “E os Deuses ordenaram a expansão, de modo que ela separou as águas que estavam debaixo da expansão das que estavam por cima da expansão; e assim foi, como eles ordenaram”. “E os Deuses chamaram à expansão Céu. E aconteceu que foi do entardecer até a manhã que eles chamaram noite; e aconteceu que foi da manhã até o entardecer que eles chamaram dia; e essa foi a segunda vez que eles chamaram noite e dia”.
TERCEIRO DIA
“E os Deuses ordenaram, dizendo: Ajuntem-se as águas debaixo do céu num lugar e a terra surja seca; e foi como eles ordenaram; E os Deuses chamaram à porção seca, Terra; e ao ajuntamento das águas chamaram Grandes Águas; e os Deuses viram que foram obedecidos”. “E os Deuses disseram: Preparemos a terra para produzir relva; a erva que dê semente; a árvore frutífera que dê fruto segundo sua espécie, cuja semente reproduza sua própria semelhança na Terra; e assim foi, como eles ordenaram”. “E os Deuses organizaram a terra para produzir relva de sua própria semente e a erva para produzir erva de sua própria semente, dando semente segundo sua espécie; e a terra para produzir a árvore de sua própria semente, dando fruto cuja semente pudesse apenas produzir o que estivesse em si, segundo sua espécie; e os Deuses viram que foram obedecidos”. “E aconteceu que eles contaram os dias; do entardecer até a manhã chamaram noite; e aconteceu que, da manhã até o entardecer, chamaram dia; e foi a terceira vez”.
QUARTO DIA
“E os Deuses organizaram as luzes na expansão do céu, e fizeram-nas separar o dia da noite; e organizaram-nas para serem por sinais e por estações, e por dias e por anos”; “E organizaram-nas para serem por luzes na expansão do céu, a fim de darem luz à Terra; e assim foi”. “E os Deuses organizaram as duas grandes luzes, a luz maior para governar o dia e a luz menor para governar a noite; com a luz menor também fixaram as estrelas”; “E os Deuses fixaram-nas na expansão dos céus para darem luz à Terra, e para governarem o dia e a noite, e para separarem a luz das trevas”. “E os Deuses vigiaram aquelas coisas que eles haviam ordenado, até elas obedecerem”. “E aconteceu que, do entardecer até a manhã, foi noite; e aconteceu que, da manhã até o entardecer, foi dia; e foi a quarta vez”.
QUINTO DIA
“E os Deuses disseram: Preparemos as águas para produzirem abundantemente as criaturas que se movem e que têm vida; e as aves, para que voem acima da Terra na expansão aberta do céu”. “E os Deuses prepararam as águas para que produzissem grandes baleias, e toda criatura vivente que se move, que as águas haviam de produzir abundantemente segundo sua espécie; e toda ave alada segundo sua espécie”. “E os Deuses viram que seriam obedecidos, e que seu plano era bom”. “E os Deuses disseram: Abençoá-los-emos, e faremos com que frutifiquem e se multipliquem, e encham as águas nos mares, ou seja, nas grandes águas; e faremos com que as aves se multipliquem na Terra”. “E aconteceu que foi do entardecer até a manhã que eles chamaram noite; e aconteceu que foi da manhã até o entardecer que eles chamaram dia; e foi a quinta vez”.
SEXTO DIA
“E os Deuses prepararam a Terra para produzir criaturas viventes segundo sua espécie, gado e coisas que rastejam e bestas da Terra segundo sua espécie; e foi como eles tinham dito”. “E os Deuses organizaram a Terra para produzir as bestas segundo sua espécie, e gado segundo sua espécie, e todas as coisas que rastejam sobre a Terra segundo sua espécie; e os Deuses viram que eles obedeceriam.
A FORMAÇÃO DO HOMEM
“E os Deuses aconselharam-se entre si e disseram: Desçamos e formemos o homem a nossa imagem, segundo nossa semelhança; e dar-lhe-emos domínio sobre os peixes do mar, e sobre as aves do ar, e sobre o gado e sobre toda a Terra, e sobre todas as coisas que rastejam sobre a Terra”. “Então os Deuses desceram para organizar o homem a sua própria imagem, para formá-lo à imagem dos Deuses, para formá-los homem e mulher”. “E os Deuses disseram: Abençoá-los-emos. E os Deuses disseram: Faremos com que sejam frutíferos e se multipliquem e encham a terra e subjuguem-na e tenham domínio sobre os peixes do mar e sobre as aves do ar e sobre toda coisa vivente que se move sobre a Terra”. “E os Deuses disseram: Eis que lhes daremos toda erva que contém semente que cresça na face de toda a Terra e toda árvore que tenha fruto; sim, e dar-lhes-emos o fruto da árvore que produz semente; ser-lhes-á para alimento”. “E a toda besta da Terra e a toda ave do ar e a toda coisa que rasteja sobre a Terra, eis que daremos vida; e também lhes daremos toda erva verde para alimento e todas estas coisas serão assim organizadas”. “E os Deuses disseram: Faremos tudo o que dissemos e organizá-los-emos; e eis que serão muito obedientes. E aconteceu que foi do entardecer até a manhã que eles chamaram noite; e aconteceu que foi da manhã até o entardecer que eles chamaram dia; e eles contaram a sexta vez”.
SÉTIMO DIA
“E assim terminaremos os céus e a Terra, e todas as suas hostes”. “E os Deuses disseram entre si: Na sétima vez terminaremos nossa obra, sobre a qual deliberamos; e descansaremos na sétima vez de toda nossa obra sobre a qual deliberamos”. “E os Deuses concluíram na sétima vez, porque na sétima vez eles descansariam de todas as obras que eles (os Deuses) decidiram entre si formar; e santificaram-na. E assim foram suas decisões quando decidiram entre si formar os céus e a Terra”. “E os Deuses desceram e formaram essas gerações dos céus e da Terra, quando foram feitas no dia em que os Deuses criaram a Terra e os céus,
Abraão 4; 5:1-4 (Comparar com Moisés 2 e Gênesis 1; 2:1-4)
A CRIAÇÃO ESPIRITUAL DAS COISAS
Todos os registros que possuímos descrevem a criação física e como ela procedeu. Não possuímos qualquer registro da criação espiritual, mas sabemos por meio de revelação que Deus criou todas as coisas espiritualmente antes que existissem fisicamente na terra; pois que era conveniente a Deus que seu estado espiritual fosse criado antes de que fosse criado fisicamente, e que tudo fosse dessa forma criado; e sua forma espiritual permanece inalterada, e assim sê-lo-á de acordo com a vontade do Senhor.
5 E toda planta do campo, antes de estar na Terra, e toda erva do campo, antes de brotar. Pois eu, o Senhor Deus, criei todas as coisas das quais falei espiritualmente, antes que elas existissem fisicamente na face da Terra. Pois eu, o Senhor Deus, não fizera chover sobre a face da Terra. E eu, o Senhor Deus, havia criado todos os filhos dos homens; e ainda não havia homem para lavrar a terra, pois no céu os criei; e ainda não havia carne sobre a Terra nem na água nem no ar;
7 E eu, o Senhor Deus, formei o homem do pó da Terra e soprei em suas narinas o fôlego da vida; e o homem tornou-se uma alma vivente, a primeira carne na Terra, também o primeiro homem; não obstante, todas as coisas foram criadas antes; mas espiritualmente foram elas criadas e feitas de acordo com minha palavra.
9 E da terra fiz eu, o Senhor Deus, brotar fisicamente toda árvore agradável à vista do homem; e o homem pôde contemplá-la. E ela tornou-se também uma alma vivente. Pois era espiritual no dia em que eu a criei, pois permanece na esfera em que eu, Deus, a criei, sim, como todas as coisas que preparei para uso do homem; o homem viu que era boa como alimento. E eu, o Senhor Deus, também plantei a árvore da vida no meio do jardim; e também a árvore do conhecimento do bem e do mal.
Moisés 3 (Comparar com Abraão 5:5; Gênesis 2:5)
TRÊS RELATOS DA CRIAÇÃO
Na verdade, podemos dizer que há quatro, se contarmos com o que nos é ensinado no Templo. Porem se consideramos um único relato o livro de Moisés (na Pérola de Grande Valor) e o de Gênesis - pois o primeiro é fruto de uma tradução do livro de Gênesis - então teremos três relatos.
O Senhor desejou que tivéssemos mais de um relato como testemunho de Sua Criação Divina. Como é dito em II Coríntios 13:1: "Por boca de duas ou três testemunhas será confirmada toda a palavra". Assim não há como o povo não "ficar admirado, vendo que [há] mais que uma testemunha" (Alma 10:12).
Ademais, cada um dos relatos acrescenta novas informações e dão uma perspectiva diferenciada sobre a Criação.
O Élder John A. Widtsoe, que foi membro do Quórum dos Doze Apóstolos disse: “A Terra passou a existir pela vontade e poder de Deus. (…). Não foi por acaso. Os santos dos últimos dias acreditam que a Terra e o céu e as inúmeras coisas que acontecem no universo são fruto de uma ação inteligente, da mente de Deus”. (Evidences and Reconciliations, org. G. Homer Durham, 1960, p. 150.)
Esses relatos não explicam com a maior clareza como se deu a criação da terra. Mas deixam em evidencia o real propósito do porque ela foi criada. Foi criada para preparar os filhos de Deus para sua exaltação. O relato da criação pode ter e terá o mesmo efeito que teve sobre Leí e sua família, se buscarmos entendê-lo pelo Espírito.[15] Devemos ser gratos ao Senhor por termos esses grandiosos relatos da Criação. Por meio deles sabemos o real propósito da criação da terra e de todas as formas de vida.
NOTAS
[1] Mosias 3:8; Moisés 2:1.
[2] Abraão 3:24.
[3] Moisés 1:27-40.
[4] Livro de Abraão, explicação do fac-simile n. º 2. Fig. 1.
[5] Abraão 5:13
[6] “Meridiano… figurativamente o ponto mais alto ou culminante de alguma coisa; o zénite; como o meridiano da vida”.–“New Standard Dictionary.
[7] 3 Néfi 2:8; 4 Néfi 1:1, 21; Mórmon 8:6; Moroni 10:1.
[8] Abraão 3:21
[9] Abraão 3:22-23
[10] Abraão 3:24-26
[11] Doutrina e Convênios 138:56
[12] Abraão 3:21-28; Moisés 4:1-4
[13] Moisés 4:3; Abraão 3:28
[14] Doutrina e Convênios 78:17
[15] 1 Néfi 5:10-11, 17-19
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